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Comentários às leituras dos domingos e dos dias festivos

XXVI domingo do Tempo Comum

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29 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Escuta da Palavra de Deus contida nas Escrituras e acolhimento do Senhor que nos visita através dos mais pobres, são as ações para pôr em prática, aqui e agora, hoje, sobre a terra.

29 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Ano C

Am 6,1a.4-7; Sal 145; 1Tm 6,11-16; Lc 16,19-31

A injustiça ilustrada por um estilo de vida preocupado apenas com o bem-estar pessoal e insensível ao sofrimento e às necessidades dos pobres: é esta a denúncia do profeta Amós e o fundo da página evangélica. Dos textos nasce a pergunta: quem é o outro para mim? E entre os outros quem é o pobre, o último, o pária? Que responsabilidade assumo quando colocado diante deles, dos que necessitam que, com toda a sua miséria, são um grito que me pede ajuda e que me interpela? Mas os textos falam, também, do juízo que atingirá quem, vivendo no luxo e na ostentação da sua  riqueza, esquece inconsciente a humanidade do irmão pobre, entorpecendo também a própria humanidade. Juízo histórico em Amós (“irão deportados à frente dos cativos”: Am 6,7), juízo escatológico em Lucas (o rico encontrou-se "Na morada dos mortos, achando-se em tormentos": Lc 16,23), afirmando sempre que Deus não é indiferente ao mal e à injustiça mas que deles se vinga.

Se o nome do pobre mendicante é Lázaro (que significa “Deus ajuda”), o nome do rico não é mencionado; pelo contrário, é esvaziado da sua própria "riqueza", do seu significado: ele é simplesmente o “rico” (vv. 19.22). A vertigem a que pode levar a posse de bens arrisca a desprovir o rico de si próprio, esquecido do essencial, seduzido pelo muito das coisas que possui e que o iludem de escapar à morte. Fazer "todos os dias esplêndidos banquetes" significa fugir à sequência dos dias, à economia da sucessão semanal– fazer festa também aos dias úteis, entrar num excesso que está para além dos limites do quotidiano. O muito do rico impede-o de ver o muito pouco de Lázaro que, da violência da vida e da indiferença dos homens "jaz" à entrada de sua casa: sinal de uma contiguidade entre pobres à mesa dos ricos de que, todavia, são sadicamente e conscientemente excluídos, tanto na parábola de Lucas como na atualidade. A página Evangélica alerta-nos para um risco grave: que a presença dos pobres se torne habitual e não suscite mais escândalo ou indignação.  


 

A morte é um protagonista importante da parábola. Preciosa memória dos limites da aventura humana, ela é, muitas vezes, removida da nossa consciência devido a comportamentos que nos dão a ilusão da imortalidade. Possuir muitos bens, um estilo de vida luxuoso expresso na qualidade da roupa e nos banquetes diários sem partilhar, é uma tentativa sedutora e ilusória para escapar à angústia da morte. Por outro lado, a inevitabilidade da morte deveria ensinar algo a todas as criaturas humanas. Vivemos poucos dias nesta terra: porque não procurar o essencial, o que, verdadeiramente tem sentido? porque não procurar praticar a justiça e a partilha, o amor e a compaixão? porque não procurar o encontro e as relações?  

A cena surreal do diálogo entre o rico e Abraão que, diante dos tormentos que está a passar, lhe pede que envie Lázaro para que os seus irmãos mudem de vida, apresenta mais um motivo de interesse.  A resposta de Abraão sublinha o fato de que, em vida, pode ser demasiado tarde. É preciso viver cada momento como o "hoje de Deus". É preciso estar consciente de que o momento presente é a ocasião em que posso viver a plenitude do amor e da fidelidade ao Evangelho, é o momento em que me empenho na totalidade. Aderir ao hoje, ao momento presente, sem fugas para a frente e sem comportamentos que atordoem e façam evadir da realidade, é sabedoria.

Mas esta resposta recorda também que a fé não se fundamenta em milagres ou em acontecimentos extraordinários: “se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se” diz o rico. Abraão responde contrariando esta última ilusão: “Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos” (Lc 16,31). Escuta da Palavra de Deus contida nas Escrituras e acolhimento do Senhor que nos visita através dos mais pobres, são as ações para pôr em prática, aqui e agora, hoje, sobre a terra. Realidades comuns, mas sobre as quais se joga o juízo final.

 

Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero

XXV domingo do Tempo Comum

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22 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Jesus não demoniza o dinheiro mas adverte do poder que ele exerce: o homem diviniza-o

22 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Ano C

Am 8,4-7; Sal 112; 1Tm 2,1-8; Lc 16,1-13

Elemento comum às leituras é a denúncia do poder de sedução do dinheiro e da riqueza que leva Jesus a falar dele como de uma entidade divinizada (Mammona) que se opõe ao único e verdadeiro Deus (Evangelho) e que conduz o profeta Amós a desmascarar a obsessiva ganância de latifundiários e comerciantes que se mostram insensíveis ao sábado impondo um limite aos seus trabalhos (I leitura).    

A ambiguidade do dinheiro e a sua capacidade de perverter o coração do homem aparece também na parábola em que Jesus apresenta como modelo o "administrador desonesto": modelo, obviamente, não pela sua desonestidade, mas porque, no momento em que é demitido, agiu com esperteza (cf. Lc 16,8). No coração desta página evangélica está a decisão radical a que o homem é chamado para entrar no Reino de Deus. Esta decisão exige qualidades que são exemplificadas no administrador que reagiu de forma decidida quando a sua má-gestão foi descoberta.

No momento de crise, o administrador demonstra "poder de encaixe", de aceitação da realidade, da nova situação que ele próprio criara (“Que farei, pois o meu senhor vai tirar-me a administração?": Lc 16,3);reconhece os seus limites, as suas incapacidades e impotências (“cavar não posso; de mendigar tenho vergonha”: Lc 16,3); reconhece decisões e escolhas, preparando o que se seguirá: ele age cumprindo gestos que lhe perspetivam um futuro: (cf. Lc 16,4-7). A exemplaridade deste homem corrupto não está, portanto, em agir sem escrúpulos, mas em discernir de forma realista a situação crítica em que se encontra e em saber reagir a essa mesma situação. Também para Jesus este é "um filho deste mundo" (Lc 16,8)! A questão de Jesus, no entanto, diz respeito aos filhos da luz: como é que não sabem discernir a hora, a proximidade do reino e reagir de imediato com gestos de conversão, essenciais à salvação?      


Jesus não demoniza o dinheiro mas adverte do poder que ele exerce: o homem diviniza-o. “Mammona” é uma palavra com a raiz em ’aman que significa “crer”. O Evangelho denuncia a sedução do coração humano e a perversão da verdade do homem que o dinheiro pode exercitar. Podemos dizer que esse é o ídolo por excelência: no dinheiro “acredita-se”, o mercado nutre-se de "fé”. E nós descobrimos a nossa insipiência quando pensamos que aquele mero artefacto que é o dinheiro (é o homem que “cunha a moeda”) de meio se transforma em fim, de servo torna-se dono; acreditamos que o manipulamos mas é ele que nos manipula, mais, ele determina os nossos ritmos diários empurrando-nos para uma frenética corrida para acumular cada vez mais.

Por isso Jesus distingue entre “servir a Deus e servir o dinheiro”: “Nenhum servo pode … Não podeis” (Lc 16,13). Esta palavra permanece como uma espinha encravada para os cristãos e para as igrejas ricas numa sociedade opulenta. O Evangelho não dá receitas, mas a questão ressoa: a abundância de meios económicos e a força dos meios culturais não torna ilusória a sequela Christi? E não a torna também pouco credível?      

Partilhar e dar aos pobres são formas cristãs de usar os bens, sugeridas no Evangelho: “É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes" (Lc 16,9). Ou seja: dai aos pobres, aos amigos de Deus, e esses, portadores do juízo escatológico (cf. Mt 25,31 ss.), poderão acolher-vos na morada eterna. O que não aconteceu ao rico que não mexeu um dedo por Lázaro: agora, depois da morte, com Lázaro no seio de Abraão, o rico está atormentado e os dois estão separados por um abismo intransponível (cf. Lc 16,19-31). 

As palavras de Jesus sobre a fidelidade (cf. Lc 16,10-12) revelam que existe uma hierarquia de realidades com diferentes valores: há um “pouco” e há um “muito”, há uma riqueza material e há uma riqueza verdadeira, não quantificável e que consiste na verdade pessoal. Uma riqueza feita de humanidade, verdadeiro capital que Deus criador deu ao homem à imagem e semelhança d'Ele.

Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero

 

XXIV domingo do Tempo Comum

15 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras de 
LUCIANO MANICARDI
Só uma prática de amor incondicional, como a do pai, pode fazer da igreja um lugar de reconciliação, de fraternidade, de transmissão de amor e de partilha da alegria.

15 setembro 2013
de LUCIANO MANICARDI

Ano C

Ex 32,7-11.13-14; Sal 50; 1Tm 1,12-17; Lc 15,1-32

 A história da salvação é também a história da santidade de Deus posta em confronto com o pecado do homem. Em face da intercessão de Moisés Deus desiste do propósito de penalizar o povo pecador (I lettura); diante do pecado dos dois filhos - pecado como afastamento e rutura do filho mais novo, pecado como pretensão, ciúme e ressentimento do filho mais velho - o pai da parábola de S. Lucas subjuga-se a ambos e expressa um amor fiel e doce (Evangelho).          

A única parábola narrada por Jesus (Jesus “disse-lhes esta parábola”: Lc 15,3), na realidade, contém três. Ambas narram a experiência de uma perda e de um reencontro. Os dois momentos não são simultâneos e o primeiro aspeto é o da perda. A alegria do encontro é precedida da dor da perda. Perda de uma ovelha, perda de uma moeda e, por fim, perda de um filho. Mas o afastamento de um filho da casa paterna torna-se perda e morte que o pai experimenta e vivencia. E se em Deus há alegria pelo reencontro (cf. Lc 15,7.10) certamente que há, também, dor pela perda. A única e trina parábola sintetiza assim a história da salvação: Deus em busca de Adão, saído do jardim da relação (cf. Gen 3). As estradas que Deus percorre são as infinitas estradas da perdição do homem: é Ele que procura o homem, bate à sua porta, pede ao homem. A parábola apresenta o Pai como Aquele que espera o filho que saiu de casa e que vai, Ele próprio, ao seu encontro quando o avista, ao mesmo tempo que vai ao encontro do filho mais velho e lhe pede que entre para festejar com o irmão. Deus à espera do homem, Deus que reza o homem.   


         

Desta parábola exala a força da eternidade do Pai. Ele aparece passivo: não adverte o filho mais novo dos perigos da sua decisão de deixar a casa, nem lhe ralha quando volta; não lhe pede penitência, remissão ou mesmo um "ajuste de contas" antes de ser readmitido em casa. E é este amor incondicional, que evita comportamentos punitivo, o caminho aberto ao jovem para fazer a experiência do perdão. O pai não força o filho mais velho e entrar, mas vai ao seu encontro, pede-lhe, não o censura, mas permanece na doçura do seu amor e é esta sua atitude que leva o filho a exprimir aquilo que sente. O pai não faz nada e acolhe serenamente a expressão de ódio e ressentimento pelo outro irmão, recordando-lhe apenas que também ele é seu filho e que aquele que voltou é seu irmão (cf. Lc 15,32). Este comportamento exprime a confiança que ele concede ao seu filho, matriz em que ele poderá renascer como filho, assim como o mais novo encontrou no abraço do pai a confirmação da sua regeneração como filho.            

A reconciliação pode acontecer devido a esta fraqueza: foi isto que aconteceu na cruz de Cristo. A reconciliação vinda de Cristo nasce do gesto de humilhação, de kenosi divina que teve o seu ápice na cruz. O escândalo da revelação cristã afirma que é a impotência alcançada por Deus na cruz do filho que concretiza a reconciliação (cf. Rm 5,8-11).           

A estrada percorrida pelo filho mais novo vai da pretensão à impossibilidade: do “Dá-me!” (Lc 15,12) imposto ao pai, ao “ninguém lhas dava” (Lc 15,16) referindo-se às alfarrobas que os porcos comiam. O filho mais velho é, por sua vez, todo ele ressentimento e cólera:Nunca me deste” (Lc 15,29). Ambos, filho rebelde e filho servo, não descobriram que o maior dom é a relação filial. 

A casa, sinal de comunhão, que deveria unir os dois filhos, torna-se lugar de onde um foge e o outro não quer entrar.  A herança, em vez de unir, divide os irmãos e a festa de um é recusada pelo outro. Só uma prática de amor incondicional, como a do Pai, pode fazer da igreja um lugar de reconciliação, de fraternidade, de transmissão de amor e de partilha da alegria. Só este amor faz da igreja lugar de perdão e de festa.

 LUCIANO MANICARDI

XXIII domingo do Tempo Comum

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8 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
A exigência de seguir Jesus está ligada à dificuldade de aprender a arte de amar e à nossa preferência por possuir coisas

8 setembro 2013
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Ano C

Sap 9,13-18b; Sal 89; Fm 9b-10.12-17; Lc 14,25-33

A sabedoria como consciência da alteridade do querer de Deus, em relação ao querer humano, para habitar o espaço entre o homem e Deus (I leitura) e tornar exequível a "missão impossível" de seguir Cristo (Evangelho): esta pode ser a temática unificadora destas leituras. A sabedoria evangélica consiste em calcular o que não é calculável e em predispor-se com liberdade e amor à renúncia radical que só a sequela Christi consente.

Seguiam com Ele grandes multidões; e Jesus, voltando-se para elas, disse-lhes:..." (Lc 14,25 ss.). A quantidade, o número, não entusiasma Jesus, antes o preocupa. Jesus não hesita em advertir a multidão que O segue, colocando-os diante das duras exigências dessa decisão e quase que os desencorajando. Deveria preocupar-nos que esta não seja, também, uma preocupação nossa, hoje, e que, pelo contrário, nos preocupemos com o baixo número de praticantes. Correndo o risco de perder alguns Jesus não hesita em proclamar com vigor a dureza das exigências de O seguir. A exigência não foi aligeirada com ilusórias facilidades. Seguir Jesus, talvez seja simples, mas, certamente, não é fácil. Pelo contrário, Jesus fala por três vezes de uma impossibilidade: “não pode ser meu discípulo...” (Lc 14,26.27.33). Há condições necessárias para O seguir sob pena da intenção fracassar.

No fundo, não há mais do que uma exigência imprescindível que se coloca no plano da relação com Jesus, o Senhor (“vem a mim”, “meu discípulo”, “segue-me”…) e não no plano de uma qualquer prestação de serviço. Segui-Lo exige, como primeira condição, voltar todo o coração para o Senhor: esse é um acontecimento no plano do amor, e o amor é um trabalho exigente, uma ascese. Acontecimento de amor, seguir Jesus é, simultaneamente, um acontecimento de liberdade. As exigências que Jesus coloca aos seus discípulos são a pedagogia necessária que conduz à liberdade e ao amor.


 

As relações familiares (v. 26), a posse de bens (v. 33), a ligação à “própria vida” (v. 26) submetem-se ao Senhor. Trata-se de amar o Senhor com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. E se o amor é uma questão de espaço interior, de abrir espaço ao outro, nutre-se do vazio precioso, da riqueza da ausência, da graça da carência. Pelo contrário, quem tem posses não tem espaço interior porque enchendo-se, sacia-se, fecha-se em si próprio, preocupa-se consigo e não reconhece a profunda pobreza que é o espaço aberto ao amor. A exigência de seguir Jesus está ligada à dificuldade de aprender a arte de amar e à nossa preferência por possuir coisas em vez de nos esforçarmos pela liberdade e pelo amor. Jesus pede a todos os que O seguem que coloquem no cerne das relações com as pessoas que lhes são caras, a relação com Ele próprio, isto é, que coloquem no centro dos seus corações a relação com o Senhor, porque, no fundo, as exigências de seguir Cristo são as exigências do amor.

Seguir Cristo é exigente porque o discípulo é chamado não apenas a iniciar mas também a cumprir (vv. 28.30). Como para construir uma torre ou enfrentar uma batalha há condições indispensáveis, o mesmo se passa para seguir Jesus. Mas o indispensável para O seguir é a disponibilidade para perder tudo, não apenas os bens, mas também "a própria vida" (v. 26). O único bem a possuir é a renúncia aos bens e a arte que devemos aprender é a arte de perder, de não cair nas malhas da posse, na lógica do ter. Jesus "esvaziou-se a Ele próprio" (Fil 2,7); “Deus é Deus porque não tem nada” (Barsanufio). É preciso liberdade e leveza para cumprir o longo caminho da vida. O amor é chamado a tornar-se responsabilidade e a liberdade perseverança: ali está a renúncia necessária, a purificação, o despojamento. As exigências de seguir Jesus têm a ver com o todo da pessoa (o seu coração) e com o todo do seu tempo, com a duração da sua vida. E advertem-nos do risco de deixar a meio a obra iniciada.

 

Reflexão sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero