XXIV domingo do Tempo Comum
Reflexões sobre as leituras de
LUCIANO MANICARDI
Só uma prática de amor incondicional, como a do pai, pode fazer da igreja um lugar de reconciliação, de fraternidade, de transmissão de amor e de partilha da alegria.
15 setembro 2013
de LUCIANO MANICARDI
Ano C
Ex 32,7-11.13-14; Sal 50; 1Tm 1,12-17; Lc 15,1-32
A história da salvação é também a história da santidade de Deus posta em confronto com o pecado do homem. Em face da intercessão de Moisés Deus desiste do propósito de penalizar o povo pecador (I lettura); diante do pecado dos dois filhos - pecado como afastamento e rutura do filho mais novo, pecado como pretensão, ciúme e ressentimento do filho mais velho - o pai da parábola de S. Lucas subjuga-se a ambos e expressa um amor fiel e doce (Evangelho).
A única parábola narrada por Jesus (Jesus “disse-lhes esta parábola”: Lc 15,3), na realidade, contém três. Ambas narram a experiência de uma perda e de um reencontro. Os dois momentos não são simultâneos e o primeiro aspeto é o da perda. A alegria do encontro é precedida da dor da perda. Perda de uma ovelha, perda de uma moeda e, por fim, perda de um filho. Mas o afastamento de um filho da casa paterna torna-se perda e morte que o pai experimenta e vivencia. E se em Deus há alegria pelo reencontro (cf. Lc 15,7.10) certamente que há, também, dor pela perda. A única e trina parábola sintetiza assim a história da salvação: Deus em busca de Adão, saído do jardim da relação (cf. Gen 3). As estradas que Deus percorre são as infinitas estradas da perdição do homem: é Ele que procura o homem, bate à sua porta, pede ao homem. A parábola apresenta o Pai como Aquele que espera o filho que saiu de casa e que vai, Ele próprio, ao seu encontro quando o avista, ao mesmo tempo que vai ao encontro do filho mais velho e lhe pede que entre para festejar com o irmão. Deus à espera do homem, Deus que reza o homem.
- 1
- 2