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SS. Corpo e Sangue de Cristo


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A página dos Génesis e o exemplo de Melquisedec no Canon Romano permitem colher também a dimensão universal da Eucaristia: o encontro de Abraão com Melquisedec é o encontro da fé num Deus uno, JHWH, o Deus de Israel, com a tradição religiosa cananea de Melquisedec e do povo de Jacob. De certo modo, Melquisedec pode ser compreendido como o representante da oferta que da humanidade inteira sobe até Deus, da humanidade que não conheceu a revelação. E isto recorda-nos que a Eucaristia é ação de graças que a Igreja realiza em nome de toda a criação, para todo o mundo e sobre todo o mundo. A Eucaristia é a oração das orações: nela convergem todas as nossas orações, mas ela é também expressão da saudade pela comunhão com Deus. Há uma dimensão cósmica, criacional e universal na Eucaristia que não pode ser esquecida. O mundo e a humanidade inteira que Cristo reconciliou com Deus estão presentes na Eucaristia: no pão e no vinho, na pessoa e no corpo dos fiéis e nas orações que estes oferecem por todos os homens.

Na página evangélica a orientação que Jesus dá aos discípulos para que deem, eles mesmos, de comer à multidão que tem fome e que está cansada (cf. Lc 9,13), interpela profundamente a ação da Igreja. Aquele “dai-lhes vós mesmos de comer” não pode ser reduzido a um apelo à generosidade nem compreendido como uma exortação à mudança do sistema económico e social fundado sobre a propriedade privada, nem mesmo entendido como um convite a uma eficiente e adequada organização assistencial de caridade. Aquela orientação contesta a indiferença contra a necessidade do outro (“Despede a multidão para que indo pelas aldeias e campos em redor, encontre alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar deserto”: Lc 9,12) e suscita a objeção dos discípulos que vêm na sua pobreza um impedimento (“Só temos cinco pães e dois peixes”: Lc 9,13). O mandamento evangélico tem impacto, ontem como hoje, contra os parâmetros de bom senso, racionalidade, eficiência que invadem também a igreja. Paradoxalmente, a própria pobreza que os discípulos veem como obstáculo é, para Jesus, o espaço necessário do dom e o elemento indispensável para que "dar de comer" não seja apenas desenvolvimento de eficiência humana mas sinal de poder, da bênção e da misericórdia de Deus e lugar de instauração de fraternidade e comunhão.

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano C
© 2009 Vita e Pensiero
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