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João, o testemunho da luz

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14 dezembro
III domingo do Advento, ano B
Reflexão sobre o Evangelho por ENZO BIANCHI

Alessandro Allori, La predica del Battista, olio su tela, 1601, Palazzo Pitti, Firenze.

Jo 1,6-8.19-28

Apareceu um homem enviado por Deus, 
chamado João.
Veio como testemunha,
para dar testemunho da luz,
a fim de que todos acreditassem por meio dele. 
Ele não era a luz,
mas veio para dar testemunho da luz.
Foi este o testemunho de João, quando os Judeus lhe enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: "quem és tu?". Ele confessou a verdade e não negou; ele confessou: "Eu não sou o Messias". Eles perguntaram-lhe: "Então quem és tu? És Elias?". "Não sou.", respondeu Ele.  "És o Profeta?". Ele respondeu: "Não". Disseram-lhe então: "Quem és tu?" Para podermos dar uma resposta àqueles que nos enviaram, que dizes de ti mesmo?" Ele declarou:

"Eu sou a voz do que clama no deserto:
"Endireitai o caminho do Senhor", como disse o Profeta Isaías."

Entre os enviados havia fariseus que lhe perguntaram: "Então, porque batizas se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?". João respondeu-lhes: "Eu batizo na água, mas no meio de vós está Alguém que não conheceis: Aquele que vem depois de mim, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias". Tudo isto se passou na Betânia, além do Jordão, onde João estava a batizar.

Logo nos primeiros versículos do prólogo está resumido o sentido da vinda de João, definido por Jesus como "o maior de entre os nascidos de uma mulher" (cf. Mt 11,11; Lc 7,28), enviado por Deus. Sim, apenas Deus podia dar-nos e enviar-nos um homem como ele. Ele é o sinal de que “o Senhor faz graças” (é este o significado do seu nome), de que é uma “testemunha” (mártys), ou antes, é a primeira testemunha de Jesus no processo em que este foi vítima desde o nascimento até à morte, processo movido pelo "mundo", isto é, por uma humanidade malvada, violenta, philautica. Ministério difícil o de João, pago com a vida. Consciente de não possuir luz própria, ofereceu o seu vulto à luz, contemplou a luz, permaneceu sempre voltado para a luz, de forma convincente e com autoridade. Quem o olhava sentia-se forçado a olhar para a luz, para Aquele de que João era apenas testemunha.

Como age e como se comporta uma verdadeira testemunha de Jesus Cristo, "a luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina"? (Jo 1,9)? Em primeiro lugar descentra-se de si e coloca todas as suas forças ao serviço desse descentramento, dizendo constantemente "Não eu, mas Ele; não para mim mas para Ele, o olhar e a escuta". Este é um comportamento de despojamento, de resistência a todas as tentações de olhar para si próprio, de verdadeiramente viver a adoração d' Aquele que "é maior" (Mt 11,11; Lc 7,28), que "é mais forte" (Mc 1,7; Lc 3,16) e que vai "à frente" (cf. Jo 1,15). João vive em si o ministério da perceção da presença de Deus, a que se tinha já habituado no deserto em que crescera (cf. Lc 1,80), e agora perceciona a presença de Deus em Jesus: um homem entre outros, um homem que se faz batizar, um homem que é seu discípulo; “...no meio de vós está quem vós não conheceis... e eu não o conhecia, mas quem me enviou a batizar com água é que me disse: "Aquele sobre quem virdes descer o Espírito e poisar sobre Ele, é o que batiza com o Espírito Santo."" (Jo 1,26.33-34).

Quem é então João, o Batista? É a questão que todos que o escutam se colocam e, antes de mais, os Judeus: “Quem és tu?”. João responde com simplicidade: “Não sou o Messias, o Cristo que esperais”. Eles perguntam então: “És Elias?”, aquele que, profetizado por Malaquias, era esperado diante do Senhor no dia temido (cf. Ml 3,23)? “Não sou”, responde João. Por fim perguntam-lhe: “És o Profeta?", o Profeta escatológico, prometido a Moisés e semelhante a ele (cf. Dt 18,15)? Mas, pela terceira vez, João nega a identidade que lhe fora atribuída. 

Perguntaram-lhe então: "Quem és? Que dizes de ti mesmo? Qual é a tua identidade?’”. E Ele respondeu: “Eu sou apenas uma voz, uma voz emprestada a um outro, eco de uma palavra que não é minha”. Mesmo este ser voz é fruto da obediência completa e absoluta deste homem à Palavra do Senhor anunciada pelo Profeta Isaías (cf. Is 40,3; Mc 1,3 e par.). Só voz, que se sente, que se escuta, mas não se pode ver, nem contemplar, nem reter. Em João não há protagonismo, nenhuma vontade de ocupar o centro, de estar no meio, mas apenas de estar unido aos outros. Há Outro que está no centro, que está no meio e não conhecemos, que é Palavra dirigida a nós: é Jesus Cristo, sempre “in incognito”, sempre disponível, mas nós não o procuramos e não o reconhecemos. Talvez apenas no juízo final saberemos que quem está ao nosso lado, quem nos está próximo ... é Jesus Cristo e então O reconheceremos. No entretanto, precisamos de João, de escutar a sua voz, de ver o seu dedo a indicar Jesus como Aquele que emerge no Espírito Santo (cf. Jo 1,33; Mc 1,8 e par.) e que pode fazer de nós “vidas salvas”.