XIX Domingo do Tempo Comum


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Le icone di Bose, tempera a uovo e oro in foglia, stile bizantino
Homem de pouca fé, porque duvidaste?
Domingo 7 Agosto 2011
Reflexões sobre as leituras
de LUCIANO MANICARDI
Quem pensa que a vida cristã nos isenta de esforço, de sofrimento e de contrariedades faz de Cristo um fantasma (cf. Mt 14,26), uma fantasia, uma projecção idealizada e faz do caminho a trilhar, não uma obediência ao Evangelho, mas um erro.

Domingo 7 Agosto 2011

Ano A
1Re 19,9a.11-13a; Sal 84; Rm 9,1-5; Mt 14,22-33

Se a primeira leitura apresenta uma teofania, uma manifestação de Deus a Elias no monte Horeb, o Evangelho apresenta uma cristofania, uma manifestação do poder divino que habita em Cristo, aos seus discípulos, em particular a Pedro, no lago da Galilea. Contudo, a manifestação da presença divina, muitas vezes expressa através de fenómenos naturais (terramoto, vento, fogo: cf. Ex 19; acções de domínio sobre as águas: cf. Ex 14; Sal 77,17-21), é, também, um acontecimento discreto que pede a Elias que seja sensível ao “murmúrio de uma brisa suave” (1Re 19,12: literalmente) pede uma experiência interior, pede a Pedro um encontro muito pessoal e íntimo na fé.

O texto evangélico é uma metáfora do caminho da Igreja na história, no tempo entre a Páscoa e a Parussia. Jesús está no alto, no monte, a rezar (cf. Mt 14,23): é o ressuscitado que está à direita de Deus nos céus e que intercede pelos seus que estão no mundo. Estes, na barca, cumprem o seu itinerário cumprindo o mandato que o Senhor lhes confiou: vida comum, apostolado, missão. O Ressuscitado faz-se presente junto deles, está com eles todos os dias até ao fim do mundo (cf. Mt 28,20). Mesmo quando as ondas são maiores e se agitam devido à tempestade, Ele permanece o Emanuel, o Deus connosco (cf. Sal 46,4.8.12; Mt 1,23). Mas a presença do Senhor só é entendida à luz da fé, não é óbvia, precisa sempre de ser decifrada, de ser descoberta: “Sou Eu”, disse Jesús (Mt 14,27); “Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.” disse Pedro (“Se és Tu…”: Mt 14,28). Naquela difícil travessia nocturna, em que a fé se mistura com a dúvida, estamos, também, nós, está a Igreja na história, está o caminho dos cristãos no mundo.

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