O serviço às Igrejas

os discípulos de Emaús, ícone de Bose em estilo bizantino
...como os discípulos de Cristo enviados dois a dois...

Irmão, Irmã, se entraste na comunidade não foi para te servires a ti, mas para servires os irmãos, Homens e cristãos. A missão é uma função de toda a igreja, que tu realizas na relação com aqueles que não confessam Cristo para sua salvação. A comunidade não é um fim em si mesma: ela é enviada ao mundo para anunciar a Boa Nova. Por isso, o sentido de missão deve estar sempre presente. Para desempenhar a sua missão, a comunidade pode decidir criar Fraternidades. Como os discípulos de Cristo, enviados dois a dois, os irmãos em missão, em Fraternidades, são um sinal de anúncio de Cristo presente. Irmão, Irmã, tu vens de uma Igreja cristã. Não entraste na comunidade para (re)fazer uma igreja que te satisfaça, à tua medida...

tu pertences a Cristo através da Igreja que te gerou com o baptismo. Reconhecerás, por isso, os seus Pastores, os seus ministérios, na sua diversidade e procurarás ser sempre sinal de unidade. Abstem-te de críticas mesquinhas e amargas, sem amor, à Igreja. Muitas vezes serás tentado a fazê-lo. Olha primeiro para a vida da comunidade. Não descobres nela tantas deficiências como na Igreja?  

(Regra de Bose 41-43.45)

Congresso Ecuménico Internacional de Espiritualidade Ortodoxa
Partecipantes num Congresso Ecuménico

Se em Bose não se fala de fuga do mundo (aquilo que se procura é, muitas vezes, uma fuga da mundanidade e dos ídolos que podem estar presentes, também, num mosteiro!) menos ainda se pensa, ou se pratica uma fuga ecclesiae.
A comunidade está radicada na Igreja local em que o Senhor a quis e desenvolve um ministério tipicamente eclesial tanto no interior da sua diocese como noutras igrejas locais: pregações, retiros, publicações de subsídios bíblicos, de colecções de espiritualidade, de textos hebraicos e patrísticos.

Com a intenção de servir outras Igrejas, aprendendo sobretudo a escutá-las e a conhecê-las, desde 1993 que a comunidade de Bose organiza os Congressos ecuménicos internacionais de espiritualidade ortodoxa, sempre no mês de Setembro. Estes oferecem a especialistas ortodoxos e de outras confissões cristãs, uma ocasião de encontro, para aumentar a comunhão através de um conhecimento recíproco e para um aprofundamento dos tesouros espirituais das respectivas tradições.

edição 2005
Encerramento do congresso ecuménico internacional de espiritualidade da Reforma

Com espírito análogo, desde 1996 a comunidade começou a promover uma série de Congressos de espiritualidade da Reforma, em colaboração com as faculdades protestantes de Neuchâtel e de Estrasburgo.

Desde 1994, a partir de uma reflexão sobre a celebração eucarística renovada pelo Concílio Vaticano II, realizam-se (anualmente, desde 2003) em Bose os Congressos Litúrgicos Internacionais.

Desde 1998, com um congresso sobre Cristina Campo começaram os Congressos internacionais de espiritualidade.

Consciente de ser pecadora, a comunidade procura não criticar com mesquinhez as misérias da Igreja, mas por força do Evangelho, que é poder de Deus, ousa humilde mas firmemente estar atenta a si própria e vigiar contra as tentações anti-evangélicas que acontecem na Igreja e na História.